Paul corta relações com a EMI

Londres, 14 dez (EFE).- "Todos na EMI terminam fazendo parte da mobília. Eu era um sofá e o Coldplay, uma poltrona", afirma o ex-Beatle Paul McCartney em entrevista publicada hoje pelo jornal britânico "The Times", na qual diz ter cortado relações com a fonográfica porque esta é "chata".

O músico, de 65 anos, assegurou que "temia" o momento em que tinha que ver os executivos da EMI, que com o tempo se transformaram em "representantes do rotineiro".

"Podia adivinhar o que eles me diriam. 'Gostamos de seu disco, Paul'. E eu responderia: 'Bem, o que devemos fazer agora com ele? Eles continuariam dizendo: 'Achamos que deveria ir a Colônia', que é o que sempre me diziam", explica.

McCartney acrescenta que terminava sempre viajando para "qualquer parte" para falar com "milhões de jornalistas durante um dia e responder sempre às mesmas perguntas", por isso começou a dizer a si mesmo: "Deus, tenho que fazer outra coisa".

O cantor, que em junho lançou o álbum "Memory Almost Full", pela Hear Music - a nova fonográfica da rede Starbucks -, criticou o fato de os chefes da EMI insistirem em que deveria deixar passar seis meses antes de publicar algo novo, porque "assim é que funciona o mercado".

"Pessoas brilhantes não poderiam fazer isso em dois dias?", afirmou o cantor, lembrando que John Lennon escreveu "Instant Karma" e pediu que a editassem em uma semana.

Com "Memory Almost Full", McCartney interrompeu os 45 anos de relação com a EMI, propriedade do grupo de capital de risco britânico Terra Firma, e conseguiu vender mais cópias nos Estados Unidos durante a primeira semana que com nenhum de seus trabalhos anteriores.