O governo britânico espionou os Beatles, e documentos dos Arquivos Nacionais britânicos em Kew Gardens, Londres, mostram como isso ocorreu durante oito anos, segundo reportagem publicana nesta segunda-feira (29) pelo diário italiano 'La Repubblica'. Segundo os documentos, diplomatas enviavam a Londres informações sobre as movimentações dos roqueiros (hora por hora) em suas turnês internacionais, policiais infiltravam-se em reuniões privadas do grupo, e funcionários do Tesouro britânico verificavam seus ganhos minuciosamente.
Os nomes dos quatro rapazes de Liverpool encontram-se em dossiês do Ministério de Relações Exteriores, do Banco da Inglaterra e da Scotland Yard da época. Entre os fatos que aparecem nos documentos, está a história da suposta ameaça de assassinato que eles sofreram durante uma turnê ao Japão em 1966, a tentativa fracassada do grupo de comprar uma ilha no Mar Egeu para passar férias em 1967, e os registros sobre a prisão de John Lennon e sua mulher Yoko Ono em 1968 em Londres por porte de maconha.
Também está em Kew Gardens o processo que Paul McCartney moveu contra os três ex-companheiros em 9 de agosto de 1972, depois do fim da banda. O documento registra os royalties recebidos por John, Paul, George Harrison e Ringo Starr nos dois anos precedentes. O material foi recuperado na semana passada pelo pesquisador Mario J. Cereghino, segundo o jornal italiano. Os documentos mostram que não apenas o FBI (polícia federal americana) e a CIA (serviço secreto) investigavam os músicos, como já era sabido.